terça-feira, 19 de março de 2013

A deliciosa Extravaganza romana


Sabe que eu estou, realmente, gostando desta visibilidade que o Papa Francisco I tem ganhado na mídia atualmente. Isso permite meu pensamento divagar nas ideias mais absurdas para uma postagem.
Uma dessas ideias absurda surgiu pensando nos escândalos sobre pode e homossexualidade no Vaticano. Essa história toda de homossexualidade n o Vaticano, é antiga. Tão antiga quanto a homossexualidade dos imperadores romanos. Mas a hipocrisia das pessoas não as permite admitir o fato - que existe no mundo desde os mais remotos tempos e que, inicialmente, era tido como uma virtude (daqueles que tinham o amor verdadeiro).
Isso me levou a tratar aqui, hoje, sobre um personagem imperial da história romana que misturava, ao mesmo tempo, poder, homossexualidade e paixão pela gastronomia exótica: o imperador Heliogábalo. 


Busto de Heliogábalo - Museu Capitolino
Antes, porém, de falar sobre este imperador, vamos dar um passeio pelos grandes excessos gastronômicos da história.


Banquete -mosaico romano
Sabemos que os romanos possuíam um termo para designar suas suntuosas reuniões gastronômicas – eles as chamavam de convivium. Aos romanos (olha eles aí de novo!) deve-se ainda a associação de banquete com todos os excessos, a começar pelos gastronômicos. Na Roma Antiga a gula era considerada normal, pois os romanos festeiros como eram, participavam às vezes de mais de uma festa por dia. Caso não se comesse a fartar-se seria considerada uma ofensa para o anfitrião. Assim, existia nas residências até mesmo a figura do vomitódromo: um lugar destinado ao vômito dos convivas que, para não ofender o anfitrião comiam, provocavam o vômito e comiam novamente. Isso era o usual naquela época.
Mas, mesmo os romanos com suas faustosas reuniões gastronômicas, vem da Mesopotâmia o maior banquete de todos os tempos. Preparado pelo soberano Asurbanipal II, que ocupou o trono entre 883 a.C. a 859 a.C. seu banquete durou dez dias e teve 69.574 convidados – como conta o historiador inglês Roy C. Strong em seu livro Feast, A History of Grand Eating, publicado no Brasil com o título Banquete - Uma História Ilustrada Culinária dos Costumes e da Fartura à Mesa (Jorge Zahar Editora, Rio de Janeiro, 2002).
A pretexto de comemorar a reformulação urbanística da antiga cidade de Kalah (no território do atual Iraque) e com a construção de seu novo palácio, Asurbanipal II ofertou aos convivas 10 mil peixes, 2 mil bois, 1.400 cabritos, mil carneiros e por aí afora, sem negligenciar a sede alheia. Foram 10 mil jarras de cerveja e igual quantidade de vinho. Talvez tenha faltado bebida, insuflando reclamações comezinhas. Fato é que, apesar dos esforços de Asurbanipal II, os romanos levaram a fama de maiores promotores de ceias ritualísticas, embora tenham assimilado a ideia dos gregos e estes dos egípcios.
Não há como negar que os césares e seus sucedâneos promoveram alguns dos mais extravagantes banquetes da história, sempre repletos de muita comida, da embriaguez do vinho, repletos de luxuria - para relaxar os entraves do superego. No romance Satyricon, Petrônio (27-66 d.C.) relata um jantar com acrobatas, atores declamando em grego e meninotes intrépidos, lavando os pés dos convivas. Luxúria? Pois a realidade ganhava da ficção.
O imperador Vitélio (15-69 d.C.), glutão compulsivo e devasso em tempo integral, chegou a devorar 1.200 ostras, ainda no hors d'ouvre.

Ele banqueteava-se três ou quatro vezes por dia, ou seja, de manha, ao meio dia, de tarde e â noite - a última refeição era principalmente uma bebedeira -, e sobrevivia a este ordálio tomando eméticos com frequência. O pior é que costumava convidar para esses banquetes nas casas de varias pessoas diferentes no mesmo dia, e eles nunca custavam a seus vários anfitriões menos q quatro mil peças de ouro casa. A festa mais famosa da série lhe foi oferecida pelo irmão, quando ele entrou em Roma; diz-se que foram servidos dois mil peixes maravilhosos e sete mil pássaros selvagens. No entanto, mesmo isto dificilmente se comparava em matéria de luxo a um único prato imenso que Vitélio dedicou à deusa Minerva e que chamou de "Escudo de Minerva, a protetora da cidade". A receita incluía fígado de lúcio, miolo de pavão, língua de flamingo e vesícula de lampreia; e os ingredientes, reunidos de todos os cantos do Império, das fronteiras de Pártia aos estreitos da Espanha, foram levados a Roma por capitães das trirremes. (STRONG,2002, p. 38-39)

Tigelino, comandante da guarda pretoriana, certa vez organizou um jantar para Nero (verão de 64) encenado no meio de um lago artificial onde os convidados reclinavam-se sobre tapetes e almofadas numa grande jangada rebocada por barcas enfeitadas de ouro e marfim e tripula por exoleti (‘meninos alegres’) escolhidos deliberadamente por suas habilidades lascivas. Não bastasse esta extravagancia, ele mandou povoar o bosque q cercava o lago com pássaros e animais exóticos, e na beira d'agua havia pavilhões e bordeis.
Nero, em 54, num banquete para comemorar seus 17 anos, tentou gracejar com Britânico, filho natural do imperador Tibério, pedindo-lhe que cantasse para as pessoas reunidas. Britânico, atendeu ao pedido escolhendo uma canção que falava de sua própria expulsão da casa do pai e do trono. Na festa seguinte Nero envenenou-o à mesa.
Provavelmente a reunião gastronômica mais estranha do império romano foi o banquete oferecido pelo imperador Dominicano, que escolheu  para isso o tema inferno.

Pediu-se as convidados que não se fizessem acompanhar pelo habitual escravo. ao lado de cada comensal havia uma pedra tumular como o nome do convidado. O banquete era iluminado por lâmpadas votivas, do tipo que se pendurava nos túmulos, e a comida, toda preta se assemelhava aos pratos sacrificiais oferecidos aos manes dos mortos e escoltados para casa por escravos desconhecidos: o que os fez suspeitar que haviam sido escolhidos para se tornarem as novas vitimas da sede de sangue do imperador. em vez disso, no entanto, foram chamados de volta para um segundo banquete, ao término do qual receberam presentes caros. (STRONG, 2002.p. 39-40)

 Heliogábalo (204-222 d.C.) era outro exagerado. O imperador romano pós-Cristo Sexto Vário Avito Bassiano (em latim Sextus Varius Avitus Bassianus), mas ao tornar-se imperador, adotou o nome de Marco Aurélio Antonino (em latim Marcus Aurelius Antoninus)., conhecido como Heliogábalo (204-222) {Apenas recebeu o cognome de Heliogábalo após a sua morte. Durante a sua juventude, serviu como sacerdote do deus El-Gabal (em latim Elagabalus) na cidade natal da família de sua mãe, Emesa.


Áureo romano representando Heliogábalo. A parte de trás diz Sanct Deo Soli Elagabal (Para o Santo Deus Sol Elagabal), e mostra uma quadriga dourada a carregar a pedra sagrada do templo de Emesa.
Foi um tirano na linha de Nero (37-68) e Calígula (12-41), e cometeu inúmeras extravagâncias à mesa. Em um dos muitos banquetes que promoveu, serviu aos seus seiscentos convidados: ervilhas misturadas com grãos de ouro, lentilhas com pedras preciosas, feijões enfeitados com âmbar e peixe com pérolas. Em outro, dizem ter criado um prato com seiscentas cabeças de avestruz.
Heliogábalo apreciava lírios, narcisos, rosas e violetas. Muitas vezes, de madrugada, após um régio banquete, uma chuva de pétalas de rosas e violetas caía sobre seus convidados. Alguns, já bêbados, morriam asfixiados. Deliciava-se com pétalas de violetas tostadas com rodelas de laranja e limão. Costumava mandar encher as banheiras públicas com água de rosas e, em seu palácio, algumas salas eram decoradas com tapetes de flores. Ao mesmo tempo em que distribuía absinthiatum, a famosa “fada verde” dos dias de hoje, ao povo, alimentava seus cães e leões com faisões, pavões e com fígados de ganso. Isto mesmo, foie gras.
Em seus banquetes, podiam-se esperar por pratos exóticos, vinho aos borbotões e o corolário de intermináveis bacanais, nos quais o imperador preferia a companhia dos mancebos. Nestas reuniões sabe-se que serviam-se pés de camelo, cristas de galo e línguas de rouxinóis. Certa feita, Heliogabalo fez chegar aos convivas um prato com mais de mil línguas de flamingos.

As Rosas de Heliogábalo

Heliogábalo costumava promover festas em que durante a madrugada uma chuva de pétalas de rosas e violetas caía sobre os convidados. Alguns, já bêbados, morriam asfixiados. Mas isso era uma extravagância do imperador. Este episódio ficou imortalizado na obra As Rosas de Heliogábalo (em inglês The Roses of Heliogabalus), pintura de Sir Lawrence Alma-Tadema (1836–1912), um artista holandês que viveu na Inglaterra. O quadro data de 1888, e atualmente faz parte de uma coleção privada.


As Rosas de Heliogábalo (1888), pelo acadêmico Anglo-Holandês Sir Lawrence Alma-Tadema.

A obra foi baseada num episódio inventado retirado da Historia Augusta, onde o imperador romano Heliogábalo (204-222) é retratado assistindo a uma tentativa de sufocar seus convidados com uma enorme quantidade de pétalas de rosa que caiam de um teto falso durante um jantar. No primeiro plano da pintura, o destaque são os convidados reclinados, cobertos com pétalas. Ao fundo, Heliogábalo é visível com um manto e uma coroa de ouro, junto com sua mãe Julia Soemia. Atrás deles, há um tocador de flauta (tíbia) e uma estátua de Dionísio.
Sabe-se que Heliogábalo, ainda mandava encher as banheiras públicas com água de rosas. Em seu palácio, algumas salas eram decoradas com tapetes de flores. Além das rosas, o imperador apreciava violetas e em sua cozinha preparava-se um manjar muito especial: pétalas de violetas tostadas com rodelas de laranja e limão. Foi Heliogábalo o inventor dos almofadões perfumados sobre os quais se deitavam seus convidados. Mas nem sempre ele os tratava com tanta gentileza.

Mais sobre heliogábalo
Heliogábalo nasceu em 203 d.C como Vário Avito Bassiano na família de Sexto Vário Marcelo e de Júlia Soémia Bassiana. O seu pai era inicialmente um membro da classe equestre, mas foi mais tarde elevado ao cargo de senador. A sua avó Julia Mesa era a viúva do Cônsul Júlio Avito, a irmã de Júlia Domna, e a cunhada do Imperador Septímio Severo. Júlia Soémia era uma prima do Imperador Caracala. Outros parentes incluíam a sua tia Júlia Avita Mamea e tio Marco Júlio Gessio Marciano e o filho deles, Alexandre Severo. A família de Heliogábalo tinha direitos hereditários ao sacerdócio do deus sol El-Gabal, sendo Heliogábalo o alto sacerdote em Emesa (atual Homs) na Síria.
A divindade El-Gabal foi inicialmente venerado em Emesa. O nome é latinizado da forma síria Ilāh hag-Gabal, El refere-se à divindade suprema Semítica, enquanto que Gabal significa montanha (comparar com o Hebraico גבל gevul e Árabe جبل jebel), o que resulta em Deus da Montanha é a manifestação divina de Emesa. O culto ao deus propagou-se a outras partes do Império Romano no século II, como por exemplo, uma consagração foi encontrada na distante Woerden (Países Baixos). O deus foi mais tarde importado e assimilado com o deus romano do Sol, conhecido como Sol Indiges em tempos republicanos, e mais tarde Sol Invictus durante os séculos II e III. Na Grécia, o nome do deus sol era Helios, e consequentemente, adotou-se Heliogábalo.


Heliogábalo, Sumo Sacerdote do Sol (1866), pelo decadente Inglês Simeon Solomon, a uma certa altura um amigo próximo de Algernon Charles Swinburne.
Posteriormente, diversos historiadores acreditam hostilmente que Heliogábalo mostrou desrespeito às tradições religiosas romanas e tabus sexuais. Heliogábalo substituiu o tradicional deus Júpiter no Panteão Romano pelo deus El-Gabal, e forçou membros importantes do governo de Roma a participarem em rituais que celebravam esta divindade, liderados por ele próprio. Casou-se cinco vezes, levando favores dos bajuladores masculinos que se pensava popularmente terem intenções de serem seus amantes, e diz-se que se prostituía no palácio imperial. Seu comportamento o distanciou da guarda pretoriana, do Senado e dos cidadãos.
Entre crescente oposição, Heliogábalo, com apenas 18 anos, foi assassinado e substituído pelo seu primo Alexandre Severo no dia11 de março de 222, numa conspiração feita pela sua avó, Júlia Mesa, e membros da guarda pretoriana.


Denário romano representando Heliogábalo. A parte de trás diz Fides Exercitus, ou A fidelidade do exército, mostrando a deusa romana Fides entre dois estandartes romanos. Muitas moedas cunhadas durante o reino de Heliog+abalo têm as inscrições Fides Exercitus ou Fides Militum, demonstrando a importância da lealdade do exército como a base do poder imperial.
Heliogábalo criou uma reputação entre os seus contemporâneos como um excêntrico, decadente, e zelota, o que foi provavelmente exagerado pelos seus sucessores e rivais políticos. Esta propaganda espalhou-se e, os historiadores no início da era moderna sujeitaram-o como um dos imperadores romanos com a pior reputação. Edward Gibbon, por exemplo, escreveu que Heliogábalo "abandonou a si mesmo para ter prazeres grosseiros e ser descontroladamente furioso." De acordo com B.G. Niebuhr, "o nome Heliogábalo está gravado na História acima de todos os outros" por causa de sua "vida inefavelmente repugnante". Os mais recentes historiadores têm tentado separar os fatos reais da ficção, preservando com maior cautela a visão deste personagem e seu reinado.
A orientação sexual e identidade de gênero de Heliogábalo são fonte de muito debate. Heliogábalo casou-se e divorciou-se de cinco mulheres, três das quais são conhecidas. A sua primeira esposa foi Júlia Cornélia Paula, a segunda foi a Vestal Júlia Aquila Severa, mas num ano, ele abandonou-a e casou com Annia Faustina, uma descendente de Marco Aurélio e viúva de um homem recentemente executado por Heliogábalo. Ele voltou para sua segunda esposa Severa no fim do ano. De acordo com Dião Cássio, a sua relação mais estável foi com o cocheiro de biga da sua quadriga, um cocheiro louro da Cária chamado Hierocles, a quem Heliogábalo se referia como o seu marido.


Denário romano representando Aquila Severa, a segunda esposa de Heliogábalo. O casamento causou um ultrágio público porque Aquila era uma Vestal, obrigada por lei romano a ser celibata por 30 anos.

A História Augusta diz que ele também se casou com um homem chamado Aurélio Zótico, um atleta de Esmirna, numa cerimônia pública em Roma. Dião Cássio diz que Heliogábalo pintava os olhos, depilava o seu cabelo e usava perucas antes de se prostituir em tavernas e bordéis, e até no palácio imperial:
Finalmente, ele reservou um quarto no palácio e lá cometeu as suas indecências, sempre nu à porta do quarto, como fazem as prostitutas, e abanando a cortina pendurada em anéis de ouro, enquanto numa voz doce e comovente se oferecia aos que passavam. Havia, obviamente, homens que tinham sido especialmente instruídos para desempenhar o seu papel. Para, assim como em outras questões também econômicas, ele tinha numerosos agentes que procuravam por aqueles que mais o agradavam para participar de suas vilezas. Ele poderia ter coletado o dinheiro de sua clientela e dado a si mesmo os seus ganhos; também poderia ter disputado com seus colegas essa indecente ocupação, argumentando que possuía mais amantes e mais dinheiro.
Herodiano comentou que Heliogábalo mimava a sua beleza natural ao usar demasiada maquilhagem. Foi descrito como sendo "encantado ao ser chamado a amante, a esposa, a rainha de Hierocles" e diz-se que ofereceu metade grandes somas de dinheiro ao médico que lhe pudesse dar genitais femininos. Subsequentemente, Heliogábalo tem sido frequentemente caracterizado por historiadores modernos como um transgênero, provavelmente transsexual, apesar de talvez não ser adequado aplicar termos tão culturalmente específicos a alguém que viveu há quase dois mil anos.
Em 221, as excentricidades de Heliogábalo, particularmente a sua relação com Hierocles, enfurecia cada vez mais os soldados da guarda pretoriana. Quando sua avó Júlia Mesa se apercebeu que o apoio popular ao imperador estava a enfraquecer rapidamente, ela decidiu que ele e a sua mãe, cujos tinham encorajados as práticas religiosas dele, tinham de ser substituídos.
Como alternativas, ela virou-se para a sua outra filha Júlia Avita Mamea e o filho desta, Severo Alexandre, com treze anos. Convencendo Heliogábalo a nomear o seu primo como herdeiro, a Alexandre foi dado o título de César e partilhou o consulado com o imperador nesse ano. Contudo, Heliogábalo reconsiderou isto quando começou a suspeitar que a Guarda Pretoriana favorecia o seu primo acima de si. Depois de falhados os vários atentados à vida de Alexandre, Heliogábalo despiu o seu primo dos seus títulos, revogou o seu título de cônsul e circulou a notícia de que Alexandre estava perto da morte para ver a reacção dos pretorianos. Um motim foi o resultado, e a guarda exigiu ver Heliogábalo e Alexandre no acampamento pretoriano.
O imperador obedeceu e no dia 11 de março de 222, apresentou o seu primo, com a sua mãe Júlia Soémia. Ao chegarem ao campo pretoriano, os soldados aclamaram Alexandre, ignorando Heliogábalo, que ordenou a prisão e execução de todos os que tinham tomado parte neste desrespeito contra ele. Em reposta, os pretorianos atacaram Heliogábalo e a sua mãe:
Ele tentou fugir, e teria escapado ao ser colocado numa arca, se não tivesse sido descoberto e assassinado, na idade de 18 anos. A sua mãe, que o abraçou e se agarrou a ele fortemente, pereceu com ele; as suas cabeças foram cortadas e os seus corpos, depois de serem despidos, foram primeiro arrastados pela cidade, e depois o corpo da mãe foi deixado num lugar qualquer, enquanto o dele foi atirado no rio.
A seguir à sua morte, muitas pessoas associadas à Heliogábalo foram mortas ou depostas, incluindo Hierocles e Comazão. Os seus editos religiosos foram revocados e a pedra de El-Gabal foi devolvida a Emesa. Mulheres foram banidas de atenderem reuniões no Senado, e damnatio memoriae—apagar uma pessoa de todos os recordes públicos— foi decretada para ele.

Agora, depois de tanto história, eu proponho uma extravagancia  que tal oferecer uma pequena reunião gastronômica para quatro amigos mais chegados, e preparar um menu “extravagante”? Posso ir além, e sugerir um prato delicioso que eu aprendi a preparar com o chef Claude Troisgro, a partir do sue programa "Que Marravilha!".

Risoto de abóbora e bacalhau com folha de ouro
Porção para 4 pessoas

Para a abóbora
400g de abóbora Bahia cortada em fatias sem sementes
2 colheres de azeite
Sal
Pimenta do reino (no moinho)
Para o bacalhau
800g de bacalhau imperial
300 ml de água
1 cabeça de alho
Tomilho
Alecrim
Para o risoto
1 colher de azeite
50g de cebola picada
Pimenta dedo-de-moça
450g de arroz arbóreo
100 ml de vinho branco seco
16 conchas de água do cozimento do bacalhau
Sal
Pimenta do reino no moinho
Para a finalização
Salsa picada
Azeite extravirgem
Folhas de ouro
220g de palmito pupunha fresco cortado em cubos
200g de requeijão cremoso
100g de parmesão ralado

Modo de preparo da abóbora: Tempere as duas fatias de abóbora com sal, pimenta e azeite. Enrole-as em papel alumínio. Asse por 40 minutos em forno a 180ºC. Quando o tempo acabar, amasse com um garfo, mas sem fazer purê. Modo de preparo do bacalhau: Três dias antes de preparar a receita, dessalgue o bacalhau, trocando a água de tempos em tempos. Encha uma panela com água e leve ao fogo. Quando ferver, corte a cabeça de alho ao meio, sem descascar, e jogue na água junto com o tomilho e o alecrim. Deixe ferver um pouco. Desligue o fogo e logo em seguida coloque as postas de bacalhau na panela. Tampe e deixe ele lá durante 20 minutos. Depois, retire o bacalhau da água, deixe esfriar e desfie o peixe. Modo de preparo do risoto:
Despeje azeite em uma panela e ponha a pimenta dedo-de-moça e a cebola. Mexa bem. Coloque o arroz e refogue por mais 2 minutos. Acrescente o vinho branco e deixe reduzir. Acrescente 4 conchas da água do bacalhau e reduza até secar, sem parar de mexer. Faça isso por cerca de 15 minutos. Despeje o risoto em uma travessa de vidro e deixe-o esfriar um pouco. Finalização: Ponha o risoto em uma panela. Acrescente mais algumas conchas da água de bacalhau até chegar ao ponto desejado (al dente cremoso). Mexa sempre. Adicione a abóbora amassada, o requeijão, o parmesão, o palmito, o bacalhau e a salsinha picada. Mexa e sirva. A consistência do arroz deve ficar cremosa. Decore com folhas de ouro comestíveis.



Nenhum comentário:

Postar um comentário